Uma das principais empresas no Brasil na fabricação de munições e armas, a CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) está finalizando o processo de expansão de sua operação em Ribeirão Pires. Ao RD Momento Econômico desta quarta-feira (15/9), o diretor comercial e de marketing da empresa, Paulo Ricardo Gomes, relatou sobre os próximos investimentos e acredita que uma mudança de cultura no país poderá mudar a visão que a maioria das pessoas tem sobre o armamento.
A empresa realizou nos últimos anos um investimento na casa de 190 milhões de dólares, assim com um aumento do número de funcionários na planta de Ribeirão Pires que pode chegar a casa dos 2.500 (atualmente são 2 mil funcionários, um quinto do que o grupo tem no mundo). A média anual é de 900 milhões de projéteis fabricados na Estância Turística.
Segundo Paulo Ricardo, o mercado nacional vem crescendo nos últimos anos, principalmente com a maior divulgação do tema por parte do governo federal. O Brasil representava 40% das vendas até 2019 e agora subiu para 50%, sendo metade para forças de segurança e a outra para o uso civil, principalmente para a prática do tiro esportivo. São 3 mil lojas e clubes de tiro no país. Tal cenário, na visão do diretor, mostra uma mudança de cultura em relação ao cenário de medo e receio das pessoas sobre o armamento.
“Acho que (o medo sobre as armas) é uma questão cultural. Nós vemos em outros países uma cultura de utilização do produto. No Brasil, eu mesmo tive espingarda de chumbinho, tinha uma cultura mais branda com relação a isso nos anos 1970 e 1980. Depois houve uma mudança nesse perfil, um receio. Agora eu acho que esse medo vem do desconhecimento, mas é assustadoramente interessante o número de pessoas que querem atirar pela primeira vez, logicamente estou me referindo ao tiro esportivo”, comenta.
Internacionalmente são 130 países com operações da CBC, sendo que os principais clientes são os países que fazem parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e da ONU (Organização das Nações Unidas).